sexta-feira, 25 de abril de 2008

"Aguardo"


Ontem, dia 24 de abril, no Salão Centenário do Teatro Carlos Gomes, foi lançado o livro Aguardo, primeiro romance de Gregory Haertel, autor de peças como "A Parte Doente" e "Volúpia" (ambas encenadas pela Cia. Carona) e "Sujos" (encenada pelo Grupo K).

Bem, não sou nenhum senhor das letras para redigir aqui um texto criticando ou elogiando a escrita, o lirismo ou qualquer outro detalhe. Estou aqui para dar minha opinião a respeito do livro que já li e reli. Ele retrata as memórias de personagens que vivem em uma cidadezinha chamada Aguardo, a qual, naquele momento, passa por uma terrível enchente. O livro se forma através de mundos particulares criados pelos seus personagens: dez pessoas, dez mundos, dez diferentes visões. São nesses pequenos universos que os personagens expõem seus medos, suas dúvidas, suas alegrias e suas desilusões. Sou feliz em comparar Aguardo a um novelo de lã, onde histórias se cruzam, onde vidas começam e terminam. Passei por transformações em cada mundo que visitei durante a leitura, e me identifiquei com alguns personagens. Afinal, qualquer semelhança com a cidade Aguardo ou com algum(ns) personagem(ns) é mera coincidência. É em Aguardo, que as pessoas mostram do que somos feitos, é ali na esquina da rua principal que nos encontramos e nos transformamos em Glacis, Matias, Adrianas... É ali que realmente mostramos quem somos.

Jorge Gumz

quinta-feira, 24 de abril de 2008

The Beats

THE BEATS


Show - Quarta-feira - 23/04/08 - 20h30min - Grande Hotel Blumenau

Já que o “seu” Jorge (o blumenauense) se antecipou em fazer o post inaugural do MundArte, resta-me dar boas vindas aos freqüentadores deste espaço e desejar boas vibrações ao blog. Não reparem as escadas, latas de tinta e sacos de cimento espalhados, é que ainda estamos dando uma ajeitada no local. Por favor, entrem e sintam-se em casa!

E vamos ao que interessa: The Beats. É a segunda vez que assisto ao show da mais autêntica banda cover de Beatles do mundo – e mais uma vez eles fizeram jus ao título. Chegamos (eu e meus comparsas) bem depois da hora marcada e as primeiras emoções não foram nada boas: a fila, por pouco, não alcançou a Fundação Cultural. Esse foi o prelúdio de um show de horrores à parte, que envolveu questões de alvará, Grande Hotel, Polícia, Bombeiros, irritação geral e tudo mais. Não vou prolongar esta parte desagradável – os jornais que se encarreguem. Até porque, apesar de tudo, nós entramos, com direito a um grande presente (vide observação final). E não só assistimos a um espetáculo histórico, como pudemos livremente nos aproximar do palco, através das laterais. Fiquei bem mais perto dos sósias do que há dois anos, no Carlos Gomes.

Perdoem-me por estabelecer relações com o The Beats que esteve em Blumenau em 2006, mas as expectativas são um pouco diferentes depois que você já testemunhou a semelhança entre os clones argentinos e os originais. Esperei que eles fossem novamente abrir com Revolution. Não tocaram (em nenhum momento do show). Eis o recado: não será a mesma coisa. E, de fato, não foi. Nesta visita a Blumenau, eles deram prioridade às canções mais conhecidas. Os vídeos, impecavelmente produzidos, mostravam os argentinos contando a vida de seus inspiradores durante visitas aos locais históricos de Liverpool. Senti falta das imagens que antecedem as apresentações de Inner Light (“George” tocando cítara – para mim, o clímax do show) e Imagine – elas davam um ar mais reflexivo e visceral às canções. Muito do repertório de 2006 foi conservado (músicas e performances relativas ao Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, Abbey Road e Yellow Submarine), e com toda razão, pois não havia mesmo o que melhorar. Aliás, esse show provavelmente foi projetado no ano passado, pois falou-se nos quarenta anos do Sgt. Peppers, comemorados em 2007, porém o White Album – o quarentão deste ano – só foi mencionado pela guitarra de “George”, em While my Guitar Gently Weeps.

Claro que existiram pontos negativos no show. A acústica não ajudou muito. Em compensação, o público foi muito mais participativo do que na apresentação anterior (naquela ocasião, foi deprimente ver o “Paul” quase implorar para o público se mexer um pouquinho). Como todo mundo que conhece um pouquinho de Beatles, senti falta de algumas músicas (como Penny Lane), principalmente as mais psicodélicas (como Revolution e Strawberry Fields Forever – executadas com perfeição em 2006). Fazer o quê? Seria necessário um show de 20 horas para atender a todos os desejos!

Enfim... sabem de uma coisa? Nenhum contratempo é relevante quando você tem o privilégio de viver, com tamanha proximidade, uma experiência que a pouca idade não permitiu outrora. Assistir ao show The Beats, além de uma viagem no tempo, é uma verdadeira aula sobre História do Rock. Quem viu, creio eu, gostou. Para quem não viu, desejo sinceramente que eles voltem a tocar em Blow Me Now (parafraseando minha amiga Dê). E que fique claro: se eles voltarem, um ingresso já é meu!

Ana Paula Russi

P.S.: Quem, como eu, não pôde chegar mais cedo e amargou os últimos lugares na fila imensa, ganhou um show à parte: quando já estávamos quase sem esperanças de conseguir entrar no auditório, adivinhem quem apareceu para cantar (a capella) Nowhere Man?

Para conhecer o trabalho do The Beats, acesse www.thebeatsonline.com.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

MundArte:

Comentários sobre arte, feitos por quem entende de arte.

AGUARDE!


Responsáveis:

ANA PAULA RUSSI: Radialista da FURB FM 107,1. Estudante de Licenciatura em Artes – Habilitação em Música da FURB, e integrante dos grupos musicais Sofia Batuta e Ozuê.

JORGE GUMZ: Ator do Grupo Theatral Phoenix. Estudante de Bacharelado em Artes – Habilitação em Interpretação Teatral.